Nesta quarta-feira, mais precisamente hoje, entra oficialmente na grade televisiva dos EUA Glee, a nova série do criador Ryan Murphy, o mesmo de Nip/Tuck. Após a boa recepção do episódio-piloto, exibido pela emissora Fox em maio deste ano, o segundo, entitulado Showmance, abre a participação da série na fall season 2009/2010 e dá continuidade semanal a esta primeira temporada, prevista inicialmente para ter 13 episódios.
É difícil julgar uma série por seu piloto, mas através dele já pode-se ter um norte do que está por vir - e neste critério Glee mostrou que tem gás, apresentando um piloto que, depois de 10 minutos iniciais de estranheza, achou o tom e se apresentou de forma competente. Resta saber se esse gás vai longe...
Vamos aos fatos:
1 - A temática da série gira sobre um grupo de estudantes (a maioria estereotipados, discriminados e considerados "perdedores") de uma escola de ensino médio que decidem participar de um coral (o tal Glee Club). Isso pode ser um grande atrativo para os jovens e render boas histórias, mas também pode se tornar apenas mais um clichê, se mal conduzido. A identidade de uma faixa etária pode ainda não chamar a atenção do público adulto, que representa a fatia maior do público televisivo.
2 - Glee é uma dramédia musical. Em tempos em que American Idol e High School Musical são absolutos na preferência do público, as chances da série alcançar seu lugar ao sol da audiência são grandes. Por outro lado, por ser um musical que não segue a fórmula tradicional do gênero, isso pode se virar contra a própria série.
3 - Ryan Murphy tem prestígio e know-how suficientes para segurar a peteca da história. Em contrapartida, Glee é algo tão novo para ele quanto para os espectadores, que estão pela primeira vez vendo uma série nesse formato. Embora no piloto a série dê pistas de que vai se embrenhar no terreno do politicamente incorreto, não há como se aproximar do que é ou do que já foi Nip/Tuck em termos de temática bizarra e ousada, o que significa que não há garantia alguma de que os fãs da série médica vão simpatizar também com o musical.
4 - As estatísticas atualmente lutam contra as séries: devido ao grande número de séries novas despejadas na televisão americana a cada ano (é uma praga muito maior que a disputa das novelas no Brasil), da exigência do público e da sucessiva impressão de déjà-vu deixada por grande parte delas, as chances de qualquer série dar errado são muito maiores do que as chances de dar certo. Ou a série cai na graça do público ou precisa ser muito boa, sendo que o segundo critério também não garante sua permanência no ar (vide, por exemplo, as recente e precocemente finadas Jericho e Pushing Daisies). A produção de séries aumenta a cada ano e o espaço é cada vez mais disputado - as exigências por audiência das redes de TV e a quantidade de opções cresce tanto a cada ano que, se já fosse assim 4 ou 5 anos atrás, possivelmente não haveria a perpetuação de séries hoje consagradas e que seguem firmes e fortes com suas temporadas já bem avançadas na linha do tempo.
5 - Identificação com o elenco: o que se vê é que a molecada canta muito bem, mas o elenco é composto basicamente por anônimos. Alguns rostos são conhecidos por pontas em outras séries (a professora de Ed. Física era também professora de Ed. Física na escola de The New Adventures Of Old Christine, a professora com transtorno obsessivo-compulsivo foi uma garçonete com a habilidade de decorar tudo que lia na primeira temporada de Heroes e a esposa do professor regente do coral era a bruaca e odiada Gina de Nip/Tuck) e mais nada. A série enfrentará o desafio de se firmar como um show popular e também para firmar seu elenco entre os nomes conhecidos do grande público, o que é mais uma evidência de sucesso.
Vamos ver no que dá, pois a caminhada é longa. Acredito que Glee fará uma temporada de estréia bem sucedida, mas não creio que a série vá passar de 3 ou 4 temporadas sem se tornar cansativa, embora eu hoje torça para que possa ir bem mais longe que isso. Nunca se sabe, estou apenas fazendo a minha aposta. Gostei bastante, simpatizei com os personagens, me empolguei com alguns dos números musicais e recomendo a todos que puderem assistir, desde que gostem do gênero musical, é claro!
»JUKEBOX: A trilha de hoje foi o álbum mais recente de Zélia Duncan, entitulado "Pelo Sabor Do Gesto". O álbum conta com participações de Fernanda Takai e Chico César. No repertório, a bela "Telhados De Paris", mais conhecida na voz de seu autor, Nei Lisboa.«
»MAURICIOPÉDIA: "Nip/Tuck" está com seu final previsto para a sexta temporada, que começa a ser exibida no início de 2010.«
É difícil julgar uma série por seu piloto, mas através dele já pode-se ter um norte do que está por vir - e neste critério Glee mostrou que tem gás, apresentando um piloto que, depois de 10 minutos iniciais de estranheza, achou o tom e se apresentou de forma competente. Resta saber se esse gás vai longe...
Vamos aos fatos:
1 - A temática da série gira sobre um grupo de estudantes (a maioria estereotipados, discriminados e considerados "perdedores") de uma escola de ensino médio que decidem participar de um coral (o tal Glee Club). Isso pode ser um grande atrativo para os jovens e render boas histórias, mas também pode se tornar apenas mais um clichê, se mal conduzido. A identidade de uma faixa etária pode ainda não chamar a atenção do público adulto, que representa a fatia maior do público televisivo.
2 - Glee é uma dramédia musical. Em tempos em que American Idol e High School Musical são absolutos na preferência do público, as chances da série alcançar seu lugar ao sol da audiência são grandes. Por outro lado, por ser um musical que não segue a fórmula tradicional do gênero, isso pode se virar contra a própria série.
3 - Ryan Murphy tem prestígio e know-how suficientes para segurar a peteca da história. Em contrapartida, Glee é algo tão novo para ele quanto para os espectadores, que estão pela primeira vez vendo uma série nesse formato. Embora no piloto a série dê pistas de que vai se embrenhar no terreno do politicamente incorreto, não há como se aproximar do que é ou do que já foi Nip/Tuck em termos de temática bizarra e ousada, o que significa que não há garantia alguma de que os fãs da série médica vão simpatizar também com o musical.
4 - As estatísticas atualmente lutam contra as séries: devido ao grande número de séries novas despejadas na televisão americana a cada ano (é uma praga muito maior que a disputa das novelas no Brasil), da exigência do público e da sucessiva impressão de déjà-vu deixada por grande parte delas, as chances de qualquer série dar errado são muito maiores do que as chances de dar certo. Ou a série cai na graça do público ou precisa ser muito boa, sendo que o segundo critério também não garante sua permanência no ar (vide, por exemplo, as recente e precocemente finadas Jericho e Pushing Daisies). A produção de séries aumenta a cada ano e o espaço é cada vez mais disputado - as exigências por audiência das redes de TV e a quantidade de opções cresce tanto a cada ano que, se já fosse assim 4 ou 5 anos atrás, possivelmente não haveria a perpetuação de séries hoje consagradas e que seguem firmes e fortes com suas temporadas já bem avançadas na linha do tempo.
5 - Identificação com o elenco: o que se vê é que a molecada canta muito bem, mas o elenco é composto basicamente por anônimos. Alguns rostos são conhecidos por pontas em outras séries (a professora de Ed. Física era também professora de Ed. Física na escola de The New Adventures Of Old Christine, a professora com transtorno obsessivo-compulsivo foi uma garçonete com a habilidade de decorar tudo que lia na primeira temporada de Heroes e a esposa do professor regente do coral era a bruaca e odiada Gina de Nip/Tuck) e mais nada. A série enfrentará o desafio de se firmar como um show popular e também para firmar seu elenco entre os nomes conhecidos do grande público, o que é mais uma evidência de sucesso.
Vamos ver no que dá, pois a caminhada é longa. Acredito que Glee fará uma temporada de estréia bem sucedida, mas não creio que a série vá passar de 3 ou 4 temporadas sem se tornar cansativa, embora eu hoje torça para que possa ir bem mais longe que isso. Nunca se sabe, estou apenas fazendo a minha aposta. Gostei bastante, simpatizei com os personagens, me empolguei com alguns dos números musicais e recomendo a todos que puderem assistir, desde que gostem do gênero musical, é claro!
»JUKEBOX: A trilha de hoje foi o álbum mais recente de Zélia Duncan, entitulado "Pelo Sabor Do Gesto". O álbum conta com participações de Fernanda Takai e Chico César. No repertório, a bela "Telhados De Paris", mais conhecida na voz de seu autor, Nei Lisboa.«
»MAURICIOPÉDIA: "Nip/Tuck" está com seu final previsto para a sexta temporada, que começa a ser exibida no início de 2010.«
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