segunda-feira, 5 de julho de 2010

CINEMA: ECLIPSE

Eclipse (The Twilight Saga: Eclipse, 2010), terceira parte da quadrilogia escrita por Stephenie Meyer, era um dos títulos cinematográficos mais aguardados para este ano, senão o principal. Em torno da história do romance entre a mortal Bella Swan (Kristen Stewart) e o vampiro Edward Cullen (Robert Pattinson) formou-se um universo de produtos e histórias derivadas, arrebanhando milhões de fãs ao redor do globo terrestre. O público jovem, principalmente o adolescente, é o alvo principal da trama, que tem visual, som e enredo feitos sob medida para conquistar a molecada, sobretudo as meninas.
A constatação sobre Eclipse é subjetiva - para quem gosta, deve ser ótimo; para quem não gosta, é mais do mesmo. Apesar de todo o frisson gerado em torno do lançamento da fita, com promessas de menos inocência, mais ação e mais terror, na essência acaba sendo igual aos seus antecessores Crepúsculo (Twilight, 2008) e Lua Nova (New Moon, 2009): um romance juvenil, com direito a triângulos amorosos, promessas eternas, a chance de fazer o absurdo tornar-se real em nome desse amor e toda a sorte de malfeitores que querem acabar com a união. O que destaca a franquia desde seu primeiro volume é o emprego do caráter sobrenatural, envolvendo vampiros e lobisomens.
A presença do diretor David Slade (de Menina-má.com e 30 Dias De Noite) na condução do projeto garantiu um pouco mais de realismo às criaturas e às cenas de ação, mas é difícil realizar um trabalho mais intenso do que isso com o material em mãos. Além de ser muito mais um romance do que um thriller de horror, a autora dos livros aplicou à história doutrinas e valores tradicionais, como a defesa à virgindade e aos bons costumes, algo meio contraditório para um vampiro. É patética a cena em que Bella tenta fazer sexo com Edward e ele lhe responde que prefere respeitá-la até o casamento, pois ele é de um outro tempo e tem outros costumes... Vá saber!
As cenas com pitadas de terror são o que há de melhor no filme. Os atores melhoraram a performance, a maquiagem outrora estilo minâncora está bem melhor e a produção é impecável, cheia de locações bonitas e boa fotografia. A trilha sonora rock 'n' roll moderna é bacaninha também. O que falta à trama é movimento, ação: durante suas pouco mais de duas horas vai-se preparando uma guerra entre vampiros recém-nascidos contra o clã dos Cullen e a alcateia de lobisomens liderada por Jacob Black (Taylor Lautner), o rival de Edward na disputa por Bella. Tudo aponta para uma batalha apoteótica, mas na hora "H" é decepcionante, rapidamente resolvida e com muito pouco sangue. O mesmo acontece na luta final entre Edward e a vampira Victoria (Bryce Dallas Howard). Há provocação mas não há finalização.
Acima de qualquer impressão, Eclipse já está sendo um grande sucesso, quebrando diversos records, arrastando os fãs para o cinema e enchendo mais ainda o bolso dos produtores, mas opinião é opinião e cada um tem a sua.