sábado, 31 de outubro de 2009

BILLBOARD NO BRASIL

Após um longo período sem uma revista especializada em música, os leitores brasileiros podem comemorar a chegada da Billboard por aqui. A revista é uma das mais respeitadas mundialmente e suas paradas musicais são referência incontestável na comprovação de vendas e de sucesso de artistas de todos os gêneros da música. Diferente da Rolling Stone, a recém-chegada foca suas matérias unicamente no universo musical, abrindo um pequeno espaço para tratar de outros assuntos do mundo pop, como moda, cinema e artes.
A número 1, já nas bancas neste mês de outubro, traz o Rei Roberto Carlos na capa e uma matéria central sobre sua megaturnê comemorativa de 50 anos de carreira. Entre outras reportagens bacanas, tem ainda Katy Perry, os ressucitados do Alice In Chains, Quentin Tarantino e seu gosto impecável para montar as trilhas sonoras de seus filmes, críticas de CDs, DVDs e shows, além do famoso paradão, incluindo as principais categorias norte-americanas e o lançamento da parada nacional.
Em formato grande e custando a bagatela de R$ 8,90, a revista está bem eclética e interessante. Nesses tempos de recessão, desejo sucesso e longa vida para a novidade, que vem em boa hora para preencher um lugar há muito deixado nas bancas de revista pela saudosa Revista Bizz.

»JUKEBOX: Este post teve como trilha sonora o primeiro álbum solo do cantor Gavin Rossdale, de 2008, entitulado Wanderlust. Rossdale foi vocalista da banda inglesa Bush e é marido da cantora Gwen Stefani

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

MICHAEL JACKSON'S THIS IS IT

Em 25 de junho passado o mundo musical deu adeus ao seu Rei do Pop, Michael Jackson. Na ocasião, o cantor estava a 8 dias de iniciar uma turnê de 50 shows em Londres, que seriam os últimos de sua carreira, segundo o próprio confirma em uma cena de seu epitáfio cinematográfico, This Is It, que estreou mundialmente nos cinemas nesta quarta-feira.
Uma mescla de documentário e musical, This Is It mostra, no decorrer de seus 110 minutos, os preparativos e os ensaios do que seriam as apresentações de Michael. Trata-se de uma compilação de videos, passagens de som e cenas de bastidores de MJ, como o astro é chamado carinhosamente pela equipe em diversas passagens do filme. Como declarado no início da película, essas filmagens seriam usadas como acervo pessoal do cantor e eventualmente veiculadas também nos telões dos shows. Por uma ironia do destino, acabaram servindo para um propósito muito maior...
Vemos um Michael Jackson desgastado, franzino, com ares de cansado e com um semblante assustador, por conta de suas múltiplas intervenções cirúrgicas no rosto. Apesar dos sinais de fraqueza, nota-se que o cantor continua dançando bem, cantando bem, distribuindo simpatia e comandando a produção e a equipe técnica com maestria, exigência nos mínimos detalhes e muita criatividade.
O diretor Kenny Ortega soube aproveitar bem o material que tinha em mãos e conseguiu encadear tudo de forma harmoniosa. O diretor vai além, omitindo qualquer sentimentlismo barato que poderia ser facilmente arrancado com a menção da morte do pop star e dando também atenção, em pequenos depoimentos, à equipe de produção da turnê, aos músicos e aos dançarinos que acompanhariam Michael.
Desse modo, o espectador pode se deliciar com a execução completa de diversas músicas do ensaio, uma seleção de hits e confirmadas. Pode ainda ver vídeos muito bacanas que seriam veiculados nos telões, como uma versão moderna em 3D de Thriller e uma montagem especial do filme Gilda, com direito a Rita Hayworth e tudo mais, exibida na sequencia de Smooth Criminal.
Ao subir dos créditos, ficam duas sensações: uma primeira de saudade do cantor e de lamento por uma turnê tão magnífica que jamais será vista por alguém, seguida de uma segunda de satisfação, obtida através de um filme honesto que prestou um tributo à altura de um ser humano e de um artista do calibre de Michael Jackson.


»JUKEBOX: Post escrito ao som intermitente da música Thong Song, do cantor Sisqo

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

DISTRITO 9

Assisti ao fenômeno cinematográfico do momento, Distrito 9. Bem recebido pela crítica e pelo público, a história narra um episódio em que ET's chegam à Terra, mais precisamente em Johanesburgo, na África do Sul, no início dos anos 80. Sua nave quebra e eles obrigam-se a viver entre os humanos, terminando marginalizados, isolados em uma favela gigante (o tal Distrito 9 do título) e perseguidos pelas autoridades.
Se você notou algumas pistas e ligou os pontos, bingo! A história serve como metáfora para ilustrar o problema do racismo, da segregação e da marginalização, sobretudo em países pobres como a África do Sul. Uma bela premissa, representada por alienígenas perfeitamente compostos pela equipe de efeitos especiais e por uma trama cheia de surpresas e reviravoltas.
Com uma mescla de falso documentário e filme de ação e ares de produção independente, a cria do diretor Neill Blomkamp, estreante em longas, embora de interessantíssima premissa, peca pelas referências descaradas a outros filmes. Em diversos momentos, Distrito 9 me soou como "A Mosca encontra O Fugitivo, que encontra Cidade De Deus, que encontra Tropa De Elite, e assim segue...". E nessa reciclagem foram sugadas tanto as situações de êxito (como o drama "mosqueiro" da metamorfose do personagem Wikus Van De Merwe, vivido pelo competente ator Sharlto Copley) quanto as clicherias (como o clone de Capitão Nascimento que persegue o protagonista com uma bazuca, no bom estilo Rambo).
Há quem diga que o trunfo maior de Distrito 9 foi ter conquistado o diretor Peter Jackson, que terminou por abraçar a ideia e produzir o filme. Fora isso, o filme se segura sozinho e ainda tem a seu favor a ambientação fora dos Estados Unidos (o pouso preferido dos ET's no cinema) e uma qualidade muito mais artística do que puramente comercial. Possui ainda efeitos visuais convincentes, uma bela trilha sonora, bons atores e um roteiro bacana, embora pouco original. Distrito 9, de um modo geral é um bom filme e creio que sua fama o levará longe, mas podia levá-lo muito além, não fosse a falta de surpresas e o excesso de "mais do mesmo" em diversas situações.

BASTARDOS INGLÓRIOS

Após o fiasco do desastroso Prova De Morte (Death Proof, 2007), o diretor Quentin Tarantino acerta novamente a mão em Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds, 2009) e transpõe para o cinema de guerra seus diálogos inteligentes, seus personagens transgressores e sua marca única de direção.
A trama, ambientada na França, gira em torno da personagem Shosanna Dreyfus (vivida por Mélanie Laurent), uma judia que viu sua família ser executada pelos soldados nazistas e desde então nutre uma raiva mortal pelo regime. Já adulta e proprietária de um cinema, vê em suas mãos uma oportunidade de vingança, paralelamente a um plano de ataque dos aliados que visa bater de frente com seus propósitos.
Como saídos de um gueto, os aliados americanos comandados pelo abusado Aldo Raine (Brad Pitt) são desprovidos de qualquer sutileza e conseguem tornar irônicas ou engraçadas até mesmo as situações mais macabras da película, como os escalpos aos inimigos abatidos e as execuções feitas com taco de baseball pelo "Urso Judeu" Donny Donowitz (Eli Roth). Junte a isso um Coronel alemão cínico e inescrupuloso (interpretado brvamente pelo ator Christoph Waltz), um Adolf Hitler (Martin Wuttke) completamente afetado e caricato e uma atriz que nas horas vagas é agente dupla a favor dos aliados (interpretda por Diane Krüger) e pronto: tem-se a nova loucura tarantinesca!
O filme contém toda a marca de Tarantino, mas sobressai-se a tudo que já foi feito pelo diretor até aqui. Embora prejudicado pela duração demasiada de 153 minutos e não se tratando de seu melhor filme (fica devendo, pelo menos, para Pulp Fiction, Jackie Brown e para o primeiro Kill Bill), a valorização de planos e paisagens, a troca de ambientação e a (mais uma vez) boa trilha sonora, escolhida pelo próprio Tarantino, contribuiram para uma inovação em seu trabalho e para deixar uma boa impressão na péssima safra de filmes que tem culminado em 2009, segundo alguns, motivada pela greve dos roteiristas ocorrida no ano passado.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

FALL SEASON 2009/2010: IMPRESSÕES

Nas linhas a seguir farei um apanhado das séries que estou acompanhando atualmente, em sincronia com a exibição nos Estados Unidos. São 2 séries estreantes e 6 que já podem se considerar veteranas, organizadas por ordem de antiguidade.
Ainda não consegui chegar em Nip/Tuck, que já tem 2 episódios novinhos em folha para assistir, mas em breve corrigirei esse lapso. E isso sem contar que quando janeiro chegar tem mais uma rodada de Damages e em fevereiro tem a última temporada de Lost!

DESPERATE HOUSEWIVES (6ª TEMPORADA)

Há quem ache que Desperate Housewives já esteja merecendo um encerramento. Entrando na 6ª temporada, a série que conta as desventuras de um grupo de donas-de-casa em um subúrbio americano não mostra grandes evoluções já faz um bom tempo: tudo gira em torno do casa/descasa das senhoras, filhos infernizantes e vizinhos misteriosos ou psicopatas que vêm e vão a cada ano. O clima de mistério que se tinha no início, a graça que havia nas trapalhadas do quarteto Susan (Teri Hatcher), Lynette (Felicity Huffman), Bree (Marcia Cross) e Gaby (Eva Longoria Parker) e as sutilezas que a série levantava sobre a vida nos subúrbios tornaram-se óbvias demais e repetitivas. As desesperadas continuam com bons índices de audiência lá fora e ainda são uma boa opção de distração, mas não passam disso - a série está cada vez mais próxima do formato novela, com arcos desimportantes e arrastados ocupando espaço das tramas principais e um eterno déjà vu de situações, que progride em uma temporada e volta à mesma estaca zero na seguinte. Para quem já chegou até aqui, não há porque não continuar acompanhando, mas confesso que minha expectativa é bem menor em relação a outras séries que estão bem mais interessantes e promissoras no momento.

SUPERNATURAL (5ª TEMPORADA)

Já na 5ª temporada de Supernatural, os irmãos Dean (Jensen Ackles) e Sam (Jared Padalecki) Winchester têm que achar uma solução para mandar o próprio Lúcifer de volta para o inferno. Além da eminência do Apocalipse, o caos assolando o planeta e toda a gangue de Satanás aprontando na Terra, a dupla ainda tem que encarar diferenças pessoais, a invalidez do amigo e pai substituto Bobby (Jim Beaver) e a falange dos anjos de Deus, sempre na cola dos dois. Dá para se dizer que a série evoluiu desde sua estréia em 2005: a produção consegue manter um padrão no formato, traz boas piadas, sustos, ação, dramas (embora pequenos) e formou um arco interessante em torno dos demônios, o que tem segurado a audiência e mantido a história no ar com boa aceitação do público, sobretudo o adolescente. Fala-se do término da série nesta temporada. Embora seja cedo para qualquer confirmação, há rumores também do fechamento do arco envolvendo os demônios e da criação de um novo para dar continuidade à série. Se Supernatural seguir os passos de Smallville, sua co-irmã de canal, tão cedo o Impala dos Winchester não descansará da estrada... Aguardemos!

HEROES (4ª TEMPORADA)

Acreditando no dito popular de que "não adianta chorar sobre o leite derramado", Heores promete não perder mais tempo e tenta desfazer a má impressão deixada pelas últimas 2 temporadas. Com uma excelente e empolgante temporada inicial, a série se perdeu na hora de dar a sequencia, com viagens no tempo impossíveis de se entender, uma sobrecarga de personagens que não tinham nada a dizer, amarrações mal feitas, vilões sem carisma e situações impossíveis de se contornar. Com a corda no pescoço, a série começou a sentir o aperto com a queda da audiência, uma avalanche de críticas negativas e o anúncio de uma redução de episódios para a fall season 2009/2010 (serão 19 ou 20 episódios, contra 25 creditados na temporada anterior). Se não houver melhoria na situação, um cancelamento será eminente. Felizmente, o produtor Tim Kring e sua equipe puxaram as mangas e estão trabalhando para colocar a série nos eixos: retomaram como personagens principais praticamente o mesmo grupo da temporada inicial, eliminaram o excesso de bagagem de personagens desnecessários, reduziram as viagens no tempo e as profecias futurísticas, centraram cada "herói" em seu próprio arco e estabeleceram um cenário que, se bem conduzido, promete trazer a excelência que garantiu a Heroes um status de excelência em seu início. A escalação do ator Robert Knepper (o T-Bag de Prison Break) para viver o vilão Samuel Sullivan foi um dos acertos desta nova temporada, que, se continuar evoluindo como o fez nos 7 episódios vistos até aqui, será marcada pelo retorno da diversão, da ação e da expectativa em torno deste interessante grupo de pessoas com habilidades especiais.

BROTHERS AND SISTERS (4ª TEMPORADA)

Depois de um péssimo Season Finale, um dos piores já vistos, Brothers And Sisters retorna para a quarta temporada, por enquanto menos cômica e prometendo uma boa carga dramática para arrebatar os ânimos. A ausência de Tommy (Balthazar Getty), o clímax da temporada anterior, foi preterida pelos demais temas da nova temporada e, embora o personagem continue na história, ainda não deu os ares da graça em nenhum dos 5 capítulos que já foram ao ar. Sarah (Rachel Griffiths) esteve sumida no início da temporada, mas isso em consequencia de sua intérprete ter tido bebê há pouco tempo - a moça já retornou de vez à série. As pontas soltas da terceira temporada se amarram e cedem vez ao casamento de Justin (David Annable) e Rebecca (Emily VanCamp), à adoção de um bebê por Kevin (Matthew Rhys) e Scotty(Luke MacFarlane) e à doença de Kitty (Calista Flockhart), o que tem causado certo derramamento de lágrimas, tanto nos personagens quanto neste que vos escreve. Tramas menores, como a eterna campanha eleitoral de Robert McCallister (Rob Lowe), os problemas financeiros da Ojai Foods nas mãos de Saul (Ron Rifkin) e Holly (Patricia Wettig) e a ambiguidade de conduta de Ryan Lafferty (Luke Grimes) começam a se desenvolver para garantir outros arcos no decorrer dos próximos 6/7 meses. E, com tantos problemas na vida da família Walker, a matriarca Nora (Sally Field) nem mesmo teve a chance de uma história para si - enquanto isso, ela segue ocupada se escabelando para resolver a vida dos filhos.

CALIFORNICATION (3ª TEMPORADA)

O sucesso do início desta 3ª temporada de Californication já garantiu ao doidão Hank Moody (David Duchovny) a certeza de uma quarta temporada no ano que vem. Lecionando em uma universidade, Hank agora tem um buffet de alunas, secretárias e professoras a sua disposição - e não é preciso ser vidente para sugerir que renderá muita confusão, sexo, sexo, sexo e mais confusão. A dificuldade na relação de Moody com a filha Becca (Madeleine Martin), agora uma adolescente rebelde, marcou como fator dramático os primeiros episódios e dá pistas do caminho que esta temporada, formada por 12 episódios, seguirá. As confusões do engraçado Charlie Runkle (Evan Handler) surgem na tentativa de reconquistar a ex-mulher Marcy (Pamela Adlon) e de escapar dos assédios de sua nova chefe (a monstruosa e "botocada" Kethleen Turner, em participação hilária e desbocada). São notáveis as ausências de Karen (Natascha McElhone, com uma curtíssima aparição até agora), que está em Nova York, e de Mia (Madeline Zima, em saída definitiva para participar de Heroes), que na história viajou para divulgar seu livro. Californication, mesmo pesada, é uma das séries adultas mais irônicas e bem humoradas da atualidade e merece todo o sucesso que vem conquistando - é o tipo de série que só vai terminar o dia que alguém imprescindível da equipe ou do elenco não a quiser mais fazer...

FRINGE (2ª TEMPORADA)

Eis uma série bacana: Fringe. Embora o que mais me agrade nela seja a lembrança da minha saudosa e venerada Arquivo-X, pela complexidade que se forma aqui temo por um novo Lost, cheio de mistérios que nunca terão explicação. Por outro lado, a série foge um pouco do formato com ligações entre todos os episódios, veiculando histórias avulsas em algumas semanas, poupando o desgaste da trama central e dando um fôlego para o público descansar do mesmo tema, conhecer novos mistérios e obter respostas para algumas questões que vão sendo levantadas. A indiferença inicial que havia com alguns personagens se tornou simpatia e, depois de se familiarizar com a série, é quase impossível não torcer pela séria agente Olivia Dunham (Anna Torv) na busca por respostas aos mistérios e aberrações que ela encontra em seu caminho. A 2ª temporada de Fringe segue os rumos da primeira, com um novo mistério envolvendo os personagens e uma nova cadeia de eventos. Está bem interessante e deve trazer mais sustos e ação, além das divertidas tiradas do excelente Dr. Walter Bishop (John Noble) e seu filho, o sombrio Peter Bishop (Joshua Jackson).

GLEE (1ª TEMPORADA)

Glee está cada dia melhor, divertida, cheia de tramas, ironias e críticas à sociedade - é uma série de adolescentes, mas não necessariamente para adolescentes -; sem contar que o formato dramédia musical emplacou e tornou-se um diferencial para a série. Fiquei feliz quando descobri que a 1ª temporada, inicialmente programada para 13 episódios, ganhou mais 9, totalizando os 22 padrões.

FLASH FORWARD (1ª TEMPORADA)

Flash Forward começou devagar e ainda está devagar, mas tem melhorando a cada episódio. Começam a surgir novas pistas e algumas peças estão a se encaixar, mas, em se tratando de uma temporada completa, com 22 episódios ou mais, ainda há muito o que esperar até o fatídico 29 de abril de 2010 prometido na série. Resta acompanhar para se saber se a série vai conseguir segurar o clima de suspense e expectativa sem se tornar monótona ou enrolada demais...


»JUKEBOX: A trilha sonora da postagem deste texto ficou por conta de Más, de Alejandro Sanz. Embora não seja o trabalho de debut do cantor espanhol, o álbum de 1998 foi o primeiro a estourar fora de seu país, por conta do megahit Corazón Partio

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

ÉNTÃO É NATAL (?)

É engraçado como sempre arrumamos uma desculpa para tudo. Há quase um mês sem escrever por aqui, minhas desculpas são a troca de emprego, uma mudança de lar e um início de fall season intenso das minhas séries prediletas - todos vilões devoradores de tempo. Hoje arrumei um tempinho neste início de madrugada e vou redigir algumas linhas...
Quero contar que nesta quinta-feira, andando pelo Barra Shopping Sul, me deparei com uma árvore de Natal sendo montada, com direito a bolinhas, lâmpadas e outros adereços. A pergunta veio na hora: "Mas já"? Mais tarde, após uma sessão de cinema, constatei que se tratava da produção de um comercial, embora não me espantasse nem um pouco se a dita cuja já ficasse lá pelos próximos 3 meses.
Estamos a 70 dias do Natal ainda, mas muito próximos do início da exploração da data. Em poucos dias, lojas e shoppings estarão tomados de verde, vermelho e dourado, bonecos gigantes e todos os tipos de promoções e ofertas imagináveis. Nosso décimo-terceiro nem saiu e já tem uma multidão lá fora querendo garfá-lo...
Adoro o Natal e de certo modo até compreendo a exploração comercial que gira em torno da data comemorativa mais lucrativa para o comércio - o que me espanta nessa conversa é a pressa que as pessoas têm de ver o tempo passar! Mal chegamos na metade do mês de outubro e já tem gente celebrando o Natal, planejando o Revéillon, o verão e o Carnaval. Há quem diga que o ano já terminou. Por favor!
Tenho um amigo que há meses escreveu em seu MSN "Chegando o Natal", frase que acompanha uma contagem regressiva que ele começou há uns 2 anos e deve terminar em março próximo. Estou ciente de sua espera e acho saudável criarmos uma expectativa em torno do "depois", mas não podemos regular nossa vida sempre pelo que ainda está por vir: quem só mira adiante não enxerga o agora, não desfruta dele e, quando lá chega, se dá conta que sempre vai haver uma nova espera mais adiante...
Breve como é a vida, em vez da correria desenfreada, devíamos saber passar nosso tempo em vez de simplesmente fazê-lo passar. Tenho contas que não vejo a hora de me livrar, tenho transições pelas quais minha vida está passando e que quero ver estabilizadas, tenho pequenas conquistas em vista e tudo depende de tempo e paciência. Sou impaciente, impulsivo e ansioso, eu sei, mas não quero ver o tempo voando, envelhecer à toa e saber que o Natal chegou e não vi passar os últimos 2 meses. Quero poder curtir o dia de hoje, saborear um fim de semana demorado, ter tempo sobrando para dormir, ver TV, ir ao cinema, passear e, por que não, escrever mais por aqui e parar de pôr a culpa sempre no tempo?

»JUKEBOX: Já ouviram falar de Maria Gadú? Pois é, não paro de ouvir seu álbum de estréia, de título homônimo. Escrevi este post curtindo mais uma vez o som dessa paulistana de 22 anos que está de parabéns pelo bom gosto do repertório, pela bela voz e pela delícia de suas canções. Alguém que conseguiu transformar a horrpilante Baba de Kelly Key em um blues acústico delicioso merece, no mínimo, uma audição mais apurada.«


»MAURICIOPÉDIA: Então É Natal é uma versão em português do compositor Cláudio Rabello para a canção Happy Xmas (War Is Over) de John Lennon e Yoko Ono. É vastamente conhecida no Brasil e martelada mais e mais a cada Natal na voz da cantora Simone