O Filme Dos Espíritos (Brasil, 2011), dirigido pela dupla André Marouço e Michel Dubret, é mais um título que pega carona na onda espírita, iniciada em 2008 com a produção Bezerra De Menezes: O Diário De Um Espírito, cuja temática visa atrair adeptos da doutrina, simpatizantes, curiosos e os próprios fãs de cinema em geral. Como o próprio título sugere, o filme tem como inspiração O Livro Dos Espíritos, publicado por Allan Kardec em 1857, inspiração que, além de se valer de alguns trechos do escrito, emprega "lições" ensinadas pela doutrina e utiliza o próprio objeto livro como personagem para a história que é contada.
No centro da narrativa encontra-se Bruno Alves (Reinaldo Rodrigues), um homem atormentado por uma vida de dificuldades e alcoolismo, à beira do suicídio que, em um dado momento entra em contato com o livro de Kardec e passa a ter descobertas que mudarão o rumo de sua vida. Há algumas outras histórias paralelas que são contadas, na intenção de depois juntar tudo através do cruzamento dos personagens em alguns cenários e situações, mas de modo geral têm muito pouca importância se comparadas à atenção dada para a história do protagonista - é o caso da história do Dr. Levi e sua esposa Gabi (Nelson Xavier e Ana Rosa, respectivamente - dois atores que nos últimos tempos se tornaram figurinhas fáceis em filmes desta temática), que poderia ser melhor explorada, mas finda mais por servir de acessório do que de segmento de trama.
A narrativa não se assume doutrinária, porém soa como tal em diversos momentos: o simples fato do personagem Bruno andar com o livro por toda a parte já dá pistas da pretensão, assim como citações soltas de trechos da obra utilizadas para ilustrar certas cenas. As imagens em flashback apresentadas tornam as revelações da trama óbvias e não surpreendem nem mesmo o espectador mais distraído. Como função social, cumpre papel ao divulgar o importante trabalho das Casas André Luiz, clínicas de assistência a portadores de doenças mentais, local onde trabalha o Dr. Levi e que passa a ser visitado frequentemente por Bruno.
O filme tem suas pontas soltas e leva o fim da história um pouco além do necessário: a velha mania de explicar tudo tim-tim por tim-tim. A produção tem seus defeitos, mas consegue um conceito regular, com alguns méritos. A temática é pesada de um modo geral, tratando quase que por unanimidade com a morte, a doença, a perda e a solidão, mas a direção sabe em alguns momentos brilhantes ser sutil, abrandando o peso de forma sugerida, sem ser explícita demais. Um atrativo no mínimo curioso para uma conferida é a participação de Luciana Gimenez (hein? sim, ela mesma!) no papel de uma velha, quase irreconhecível - se ela fez bonito ou não, tirem suas próprias conclusões.
No centro da narrativa encontra-se Bruno Alves (Reinaldo Rodrigues), um homem atormentado por uma vida de dificuldades e alcoolismo, à beira do suicídio que, em um dado momento entra em contato com o livro de Kardec e passa a ter descobertas que mudarão o rumo de sua vida. Há algumas outras histórias paralelas que são contadas, na intenção de depois juntar tudo através do cruzamento dos personagens em alguns cenários e situações, mas de modo geral têm muito pouca importância se comparadas à atenção dada para a história do protagonista - é o caso da história do Dr. Levi e sua esposa Gabi (Nelson Xavier e Ana Rosa, respectivamente - dois atores que nos últimos tempos se tornaram figurinhas fáceis em filmes desta temática), que poderia ser melhor explorada, mas finda mais por servir de acessório do que de segmento de trama.
A narrativa não se assume doutrinária, porém soa como tal em diversos momentos: o simples fato do personagem Bruno andar com o livro por toda a parte já dá pistas da pretensão, assim como citações soltas de trechos da obra utilizadas para ilustrar certas cenas. As imagens em flashback apresentadas tornam as revelações da trama óbvias e não surpreendem nem mesmo o espectador mais distraído. Como função social, cumpre papel ao divulgar o importante trabalho das Casas André Luiz, clínicas de assistência a portadores de doenças mentais, local onde trabalha o Dr. Levi e que passa a ser visitado frequentemente por Bruno.
O filme tem suas pontas soltas e leva o fim da história um pouco além do necessário: a velha mania de explicar tudo tim-tim por tim-tim. A produção tem seus defeitos, mas consegue um conceito regular, com alguns méritos. A temática é pesada de um modo geral, tratando quase que por unanimidade com a morte, a doença, a perda e a solidão, mas a direção sabe em alguns momentos brilhantes ser sutil, abrandando o peso de forma sugerida, sem ser explícita demais. Um atrativo no mínimo curioso para uma conferida é a participação de Luciana Gimenez (hein? sim, ela mesma!) no papel de uma velha, quase irreconhecível - se ela fez bonito ou não, tirem suas próprias conclusões.