É indiscutível! O futebol é o esporte nacional, o ópio de uma grande parcela do povo, a única alegria de muita gente, a razão de viver de alguns, o ganha-pão de uns poucos privilegiados - no Brasil respira-se futebol e é difícil ficar indiferente a isso. Eu não gosto. Repito: eu não gosto, mas respeito, afinal, antes de qualquer outra coisa, futebol é esporte, é saúde, é educação, é profissão, é brincadeira, é competição, é dignidade. Ou era para ser?
O trechinho de Jornal Nacional que assisti no dia de hoje foi o suficiente para me motivar a escrever este tanto sobre o lamentável incidente, se é que assim pode-se chamar aquela barbárie, que ocorreu no Estádio Couto Pereira (Curitiba/PR) neste último domingo, após o empate de 1 a 1 do Coritiba, o time da casa, com o Fluminense, acarretando no rebaixamento do time paranaense para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
Desde a senhora que voltava do trabalho em um ônibus que foi cercado por torcedores (ou melhor, terroristas) e que teve arrancados 3 dedos de sua mão na explosão de uma bomba, ao rapaz que levou um tiro na cabeça de um torcedor (leia-se bandido) dentro do próprio estádio, passando pelo árbitro da partida que foi agredido e o soldado da PM que foi atingido por um banco em pleno gramado, durante o cumprimento dever, o quebra-quebra mandou algumas dezenas de pessoas para o hospital, pouquíssimas para a cadeia e foi notícia no país inteiro, talvez até maior do que a conquista da vitória do campeonato pelo Flamengo.
O que pode pensar de um episódio desses? Como não se indignar, e... como não se envergonhar?
Eu não sou torcedor, acompanho futebol em terceiro ou quarto plano, nunca vou a jogos, mas temo pelo que acontece nos estádios. Das pequenas confusões às mobilizações de torcidas, a violência que se vê com frequencia não só é uma mancha no esporte, mas também um braço da criminalidade e da brutalidade que consomem nossas ruas. Bandidos, vândalos e assassinos na pele de torcedores encontram justificativas na devoção por um time para desencadear tragédias e ainda acham que está tudo bem. Conheço pessoas que adoram futebol mas nunca frequentam estádios por medo do que pode acontecer - um medo de suas próprias torcidas onde, para a casa cair, basta uma cerveja a mais, basta uma piada mal digerida, basta um empate do time. Ninguém está livre no Brasil. Como já disse no início, aqui respira-se futebol - mas já sufoca-se com tanta violência e ignorância.
Paz.
»MAURICIOPÉDIA: In(Dig)Nação, a canção cujo título emprestou-se para encabeçar este post, é de autoria de Samuel Rosa e Chico Amaral e foi sucesso no primeiro CD do Skank, lançado em 1993. O CD também foi a trilha sonora do dia.«
O trechinho de Jornal Nacional que assisti no dia de hoje foi o suficiente para me motivar a escrever este tanto sobre o lamentável incidente, se é que assim pode-se chamar aquela barbárie, que ocorreu no Estádio Couto Pereira (Curitiba/PR) neste último domingo, após o empate de 1 a 1 do Coritiba, o time da casa, com o Fluminense, acarretando no rebaixamento do time paranaense para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
Desde a senhora que voltava do trabalho em um ônibus que foi cercado por torcedores (ou melhor, terroristas) e que teve arrancados 3 dedos de sua mão na explosão de uma bomba, ao rapaz que levou um tiro na cabeça de um torcedor (leia-se bandido) dentro do próprio estádio, passando pelo árbitro da partida que foi agredido e o soldado da PM que foi atingido por um banco em pleno gramado, durante o cumprimento dever, o quebra-quebra mandou algumas dezenas de pessoas para o hospital, pouquíssimas para a cadeia e foi notícia no país inteiro, talvez até maior do que a conquista da vitória do campeonato pelo Flamengo.
O que pode pensar de um episódio desses? Como não se indignar, e... como não se envergonhar?
Eu não sou torcedor, acompanho futebol em terceiro ou quarto plano, nunca vou a jogos, mas temo pelo que acontece nos estádios. Das pequenas confusões às mobilizações de torcidas, a violência que se vê com frequencia não só é uma mancha no esporte, mas também um braço da criminalidade e da brutalidade que consomem nossas ruas. Bandidos, vândalos e assassinos na pele de torcedores encontram justificativas na devoção por um time para desencadear tragédias e ainda acham que está tudo bem. Conheço pessoas que adoram futebol mas nunca frequentam estádios por medo do que pode acontecer - um medo de suas próprias torcidas onde, para a casa cair, basta uma cerveja a mais, basta uma piada mal digerida, basta um empate do time. Ninguém está livre no Brasil. Como já disse no início, aqui respira-se futebol - mas já sufoca-se com tanta violência e ignorância.
Paz.
»MAURICIOPÉDIA: In(Dig)Nação, a canção cujo título emprestou-se para encabeçar este post, é de autoria de Samuel Rosa e Chico Amaral e foi sucesso no primeiro CD do Skank, lançado em 1993. O CD também foi a trilha sonora do dia.«
Nenhum comentário:
Postar um comentário