quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A PRINCESA E O SAPO

Após lançar Nem Que A Vaca Tussa (Home On The Range) em 2004, a Walt Disney Company decidiu que a partir de então só trabalharia com animações computadorizadas (produções próprias ou com a, na época mera parceira, Pixar) e abandonaria de vez a produção de desenhos animados para o cinema. Eis que por uma feliz revisão de conceitos, a poderosa empresa do Mickey Mouse resolveu voltar atrás e lançar A Princesa E O Sapo (The Princess And The Frog, 2009) - mais uma obra de animação nos moldes tradicionais de produção 2-D, incluindo os traços visuais característicos e os sempre presentes números musicais.
A história, a exemplo dos clássicos Disney, é totalmente inocente e direcionada exclusivamente ao público infantil. Nela, Tiana (voz de Anika Noni Rose) é uma moça de origem humilde, batalhadora e que sonha desde criança em ter seu próprio restaurante. Um dia, em um baile a fantasia na casa de sua amiga rica Charlotte (voz de Jennifer Cody), Tiana conhece um princípe chamado Naveen (voz do brasileiro Bruno Campos) e, por conta de uma trama maligna, Naveen é amaldiçoado por um feitiço vudu e transforma-se em sapo. Tiana, na tentativa de trazer o príncipe a sua forma normal, beija o sapo e... em vez de o sapo voltar a ser príncipe, a moça é que se transforma em sapo também. A partir daí tem-se uma série de aventuras pelo pântano, novas descobertas, o surgimento de novos amigos e um inevitável romance para garantir o final feliz.
A opção pelo formato de animação tradicional é um acerto para a produção, pois tem um belo toque de nostalgia dos clássicos e ainda remonta o universo hoje conhecido por Princesas Disney, incluindo a primeira princesa negra do grupo (sem considerar como negra a princesa Jasmim, dos desenhos do Alladin, que, na verdade, é de origem árabe). A escolha oportuna de New Orleans como palco do conto foi outro acerto, proporcionando belas paisagens para a história, que vão desde a elegantes casas e prédios da cidade até os sombrios pântanos e seus feiticeiros, passando pela alegria rítmica do jazz e dos personagens que enchem os cenários, em uma mistura de etnias e classes sociais nunca antes tratada em um longa metragem animado.
A Princesa E O Sapo é um belo desenho, divertido e cativante nas medidas certas. Na minha opinião, o único problema ficou por conta da dublagem, que prejudicou as canções, deixando-as, em sua maioria, sem graça. Fora esse detalhe, o desenho é um bom pretexto para levar as crianças ao cinema e voltar a ser criança junto com elas.

»JUKEBOX: Nossos Momentos, registro ao vivo do show de 1982 de Maria Bethânia«

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