sábado, 13 de fevereiro de 2010

O LOBISOMEM

O Lobisomem (Wolfman, 2010) é, antes de mais nada, uma homenagem ao terror clássico. Refilmagem da fita de 1941, a nova versão revive, agora em forma de superprodução, o período denominado "A Era de Ouro da Universal", em que o estúdio emplacou grandes sucessos do gênero terror, em sua maioria envolvendo criaturas sinistras, como lobisomens, vampiros, monstros do pântano e até o próprio Frankenstein.
Com Benicio Del Toro na pele de Lawrence Talbot, um ator teatral que acaba por ser mordido por uma criatura noturna que ataca pessoas, o filme, que conta ainda com os nomes de Anthony Hopkins, Emily Blunt e Hugo Weaving no elenco, é pura referência aos filmes antigos de terror - desde o enquadramento até a fotografia, a trilha sonora e a forma com que as cenas mais fortes assustam de súbito. A melhor maneira de encará-lo é como uma obra retrô, com todo o clima trash, a construção da história lenta e crescente e até com um quê de inocência no terror empregado. Querer compará-lo com as obras de terror moderno, a maioria descartáveis, torna-se complicado, uma vez que o único fator em comum é a própria intenção de assustar. O Lobisomem leva-se a sério enquanto história, mas é descompromissado com a realidade e com os aparatos do cinema moderno, sem medo de mostrar criaturas com aparências toscas e de passar uma mensagem de que aquilo tudo de fato parece real.
A ambientação na Inglaterra do século XIX e a opção por um trabalho fotográfico escuro e enevoado dão um clima de antigo à fita, e provavelmente essa seja mesmo a ideia. O diretor Joe Johnston (de The Rocketeer, Jumanji e Jurassic Park III) captou com eficiência a essência da história e consegue um resultado satisfatório para este remake, proporcionando à platéia uma experiência de túnel do tempo, onde volta-se a apreciar o cinema clássico e instigante dos anos 40, porém, agora, com o toque de requinte das superproduções e da tecnologia disponíveis para nossos tempos.

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