quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CINEMA: OS TRÊS MOSQUETEIROS

Vendido como uma releitura cinematográfica "moderna" do clássico literário de Alexandre Dumas (1802-1870), esta nova versão de Os Três Mosqueteiros (The Three Musketeers , de Paul W.S. Anderson, 2011) nada mais é do que um enlatado sem-vergonha com pretensões de franquia, cheio de invencionices tecnológicas, canastrices de elenco e reviravoltas na trama de tontear até barata - ainda carrega consigo a marca do 3D, outro embustre tecnológico que virou status diferencial para muito filme sem muito mais o que oferecer.
Logan Lerman, quem também vive no cinema o personagem Percy Jackson, aqui é o protagonista D'Artagnan e... Nossa! Não tinha notado ainda como ele é ruim: fora a péssima atuação, de carona ganhou um aplique "caminho de rato" nos cabelos que mais parece comprado na 25 de março. Em sua companhia, os 3 mosqueteiros do título são vividos pelos atores Matthew Macfadyen (Athos), Ray Stevenson (Porthos) e Luke Evans (Aramis) e não sãos mais que meros apetrechos caricatos. A primeira dama Milla Jovovich encarna a espiã Milady de Winter e, embora esteja confortável no papel e de certa forma seja interessante sua versão "Resident Evil" para a personagem, esmorece com a trama pífia repleta de traições e trocas de lados - a única e mais fácil saída encontrada pelos roteiristas.
Junte a isso o meia-boca Orlando Bloom, um Christoph Waltz afetadíssimo (aliás, o que mais esse cara fez de prestável, além de Bastardos Inglórios?) e uma dupla rei afeminado / rainha palerma (Freddie Fox e Juno Temple) e tem-se um desastre total, numa história que reúne os mosqueteiros e D'Artagnan no resgate de uma jóia que pode desencadear a guerra entre a França e a Inglaterra - e nessa gincana dá-lhe navios voadores (quê?), explosões e tiros sem fim no lugar dos duelos de espadas, Leonardo DaVinci e outros absurdos fora de contexto, para no fim ficar um maldito gancho que pode transformar esse despautério no primeiro capítulo de uma triologia.

Nenhum comentário: