14 de Janeiro, Bar Opinião, Porto Alegre - RS. Às 23:36, com 36 minutos de atraso, ela entra no palco, sob aplausos e euforia de uma platéia cheia, formada em sua maioria por mulheres. Maria Gadú, na flor de seus 22 anos, é uma menina com ares de moleque, franzina, um pouco desengonçada, tímida e aparentemente frágil. Suas canções são simples e suaves, sua voz é delicada e levemente rouca. Sua banda, formada por baixo, guitarra, bateria, teclado e percussão trabalha com eficiência, de modo a compor uma unidade, como a cantora afirma humildemente durante um dos vários e simpáticos papos direcionados à platéia.
"Nosso primeiro show do ano, estou muito feliz por estar de volta à Porto Alegre" - apenas um entre os diversos elogios e agradecimentos que Gadú solta durante sua apresentação, com duração de exata hora e meia. A menina envergonhada é só simpatia com seus fãs e aparenta uma simplicidade em seu modo de ser, sem demonstrar afetações ou estrelismos. Com uma garrafinha de água quase intocada e um copo de bebida que aparenta whisky ou conhaque ao seu lado, a cantora solta a voz e mostra ainda mais força e timbre do que em seu disco de estréia (Maria Gadú, 2009), superando-se na execução das canções, que em estúdio já eram excelentes.
O repertório, formado em maioria pelas canções de seu único disco, abre espaço para Gadú introduzir alguns covers de seus artistas favoritos, como Alanis Morissette (Right Through You), Pink (Who Knew?), Adoniram Barbosa (em uma rasgada versão de Trem Das Onze), Paralamas Do Sucesso (Lanterna Dos Afogados) e Jay Vaquer (Cotidiano De Um Casal Feliz), para quem a cantora foi só elogios. Alternando elétrico e acústico, Gadú e sua banda realizam um desfile de MPB, blues, pop e rock, alternando bom gosto com momentos de descontração - entre eles a palhinha da música do Cross Fox, da web-singer Stephany Absoluta. Merecidamente ovacionada, ela se despede, prometendo voltar em breve.
»FOTOS: Mauricio Costa.«
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