quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

SPARTACUS: BLOOD AND SAND

Nova série do canal Starz, Spartacus: Sand And Blood tem estréia marcada para o próximo dia 22 de janeiro na TV norte-americana. Vazaram na rede os primeiros 2 episódios e pude dar uma conferida de antemão no épico.
A série conta a saga de um soldado (interpretado pelo ainda desconhecido Andy Whitfield) cujo nome real por enquanto não foi revelado, um habitante da antiga região européia denominada Trácia, que, por uma desavença com o exército romano, provoca um motim entre seu povo e tem como consequência sua prisão e a venda de sua bela esposa Sura (Erin Cummings) como escrava. A partir daí, o soldado é jogado na arena de gladiadores como saco de pancadas para os lutadores e, adivinhem, termina por vencer um confronto, é aclamado com o título de "Spartacus" (o nome de um grande rei trácio) e recebe uma segunda chance de viver ao ser vendido para o proprietário de um Ludus, uma "academia" de treinamento de gladiadores, o ambicioso e endividado Batiatus (John Hannah, mais conhecido por sua participação na triologia A Múmia), esposo da ardilosa Lucretia (a Xena Lucy Lawless).
Em seus episódios de apresentação, Spartacus demonstra um exagero no estímulo visual e deixa a desejar nos demais quesitos. A série já começa contando contra si as inevitáveis semelhanças com a excelente, mas já extinta série Roma (2005-2007), com o clássico do cinema Spartacus (1960), cujo próprio nome foi emprestado, e com o aclamado e mais recente Gladiador (2000). O roteiro se concentra em um único ponto - a história do soldado Spartacus - e não parece inclinado a desenvolver outros personagens e outras tramas paralelas, de modo a render mais histórias interessantes e segurar melhor o interesse do telespectador. Pesa ainda no elenco, formado quase que por desconhecidos, algumas presenças que transcendem a canastrice.
Visualmente o produto é bem feito, ainda que exagerado. Mirando em um público mais jovem, a série tenta combinar o épico com linguagem de histórias em quadrinhos, técnicas de movimento mais que manjadas, uma trilha sonora moderna que muits vezes não combina com as cenas e um literal banho de sangue, sem deixar muito espaço para algo além da ação. Todas as tentativas de diferenciais empregadas acabam caindo em plágio de obras do cinema como Matrix (1999) e 300 (2006), só pra citar algumas. O que prejudica ainda mais as cenas é a repetição: as cenas de luta, por exemplo, são quase que executadas em câmera lenta, com direito a "paradinhas" de câmera na hora dos ferimentos, seguidas de uma explosão de sangue surreal na maioria dos casos, na intenção de homenagear o formato HQ. Excetuando-se as cenas de sexo que são bem picantes e dão abertura para um pouco de "emoção", Spartacus: Blood And Sand é exatamente o que o título promete - sangue e areia. Embora fraca, a série é um bom entretenimento, e disso não parece passar.

»JUKEBOX: Para animar a criação do post, Fernanda Abreu e seu Entidade Urbana, de 2000.«

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