sexta-feira, 28 de maio de 2010

AEROSMITH: COCKED, LOCKED, READY TO ROCK!

Nesta aquinta-feira, 27 de maio, Porto Alegre foi o palco do primeiro dos dois únicos shows da lendária banda de Rock Aerosmith no Brasil. A cidade foi contemplada, junto a São Paulo, somente graças ao cancelamento do show que seria realizado em Buenos Aires. Foi uma sorte sem precedentes: a banda não se apresentava em terras tupiniquins desde 1994, quando esteve no já extinto Hollywood Rock. Em Porto Alegre, é sua primeira vez.
Formada por Steven Tyler (vocal), Joe Perry (primeira guitarra), Brad Whitford (segunda guitarra), Tom Hamilton (baixo) e Joey Kramer (bateria), a banda teve início em 1969 e, mesmo após altos e baixos, términos e separações, brigas e barras pesadas com drogas, continua unida em sua formação original. Esta apresentação foi uma oportunidade única para matar saudades da banda, sumida do meio musical desde Honkin' On Bobo, de 2004, e de conferir um espetáculo memorável promovido por um dos maiores conjuntos de rock 'n' roll de todos os tempos.
O estacionamento da Fiergs foi o palco da apresentação para algo (estimo eu) em torno de 20 mil pessoas, em um dia típico do inverno gaúcho. A chuva fina que caiu durante quase todo o espetáculo incomodou, e não foi pior pois a temperatura amena de 18 graus não deixou o frio tomar conta do público. A banda entrou pontualmente às 22h00 e executou a apresentação com duração exata de duas horas. Quando a bandeira negra com o símbolo do Aerosmith foi removida, revelando o palco que cobria, iniciou-se o show com um repertório formado por grandes sucessos, clássicos e baladas da turma de Steven Tyler.
Love In An Elevator foi a primeira, seguida de Mama Kin, Falling In Love (Is Hard On The Knees) e Pink. Neste momento a platéia já estava em transe, quando veio a balada arrasadora Dream On em um dos momentos mais bonitos do show. Livin' On The Edge veio em seguida e, na sequência, uma pausa para resolução de dificuldades técnicas. Em menos de 5 minutos, a banda já executava Jaded no palco. Deste ponto em diante a minha memória já não lembra a ordem certa, mas foram apresentadas Rag Doll, as baladas Crazy, Cryin', I Don't Want To Miss A Thing (possivelmente o refrão mais cantado pela platéia) e a bela What It Takes, do álbum Pump, com direito ao vocal desencontrado e desafinado do público, em um momento que o vocalista bocudo resolveu brincar um pouco com os fãs.
A banda apresentou um bloquinho de blues, onde o guitarrista Joe Perry assumiu parte dos vocais e os instrumentos falaram mais alto, mostrando a competência musical dos artistas. Os clássicos tomaram conta da parte final: Sweet Emotion e Draw The Line para fechar, seguido de um bis que teve Walk This Way e Train Kept A Rollin'. De um modo geral, a banda está em plena forma, mesmo depois de 40 anos de estrada. O entrosamento parece ótimo, deixando de lado as brigas pelas quais os músicos quase se separaram no ano passado, e Tyler está cantando em sua plenitude - o vocalista, muito carismático, arranha seus "Oi Porto Alegre", "E aí gaúchos?", além do clássico "Obrigado". Pode-se dizer que foi um excelente show, uma excelente noite, uma excelente organização e produção - enquanto for assim, que o rock 'n' roll possa durar para sempre!

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