Definitivamente o fim. Neste domingo foi ao ar o tão aguardado final preparado para os sobreviventes do voo Oceanic 815. Depois de 6 anos, Lost terminou. Muitas perguntas ficaram no ar e agora é tarde para mais respostas.
É impossível negar que Lost foi a série da década: assim como Arquivo-X esteve para os anos 90, a saga dos náufragos da ilha misteriosa, no ar desde 2004, foi um fenômeno dentro e fora da televisão. Lost bombou na mídia, nos jogos, nas rodas de conversas e, sobretudo, na Internet. Teorias, desfechos e soluções foram dadas para resolver os segredos da ilha e seus fenômenos inexplicáveis. O capítulo final, veiculado com o adequado título de The End (O Fim), era aguardado desde o anúncio do final da série (em 2007) por uma legião de fãs e curiosos, na esperança de respostas para uma infinidade de questões.
Em termos de respostas, muito pouco foi dado: os mistérios da ilha continuam sem explicação - para a indignação de muitos, diversas dessas explicações ficarão a critério da imaginação e da interpretação de cada um. Este episódio final, com duração em torno de 110 minutos, tem em sua primeira metade o mais do mesmo que a série vinha mostrando nesta sexta e última temporada: enrolação e preparação para um clímax. Na segunda metade, sobretudo na última meia hora, a trama começa a correr efetivamente e passa a ter ares de final. Não se pode dizer que a série ficou sem seu final - que pode não ter sido elucidativo, mas ainda assim foi fechado, certeiro e, sob certo ângulo, emocionante e até bonito, onde a melhor solução encontrada foi a distração.
Distração. Na ausência de uma explicação plausível que pudesse justificar a teia de absurdos cultivada em 6 anos de show, a saída foi desviar o foco da audiência. A ilha continuou a ser o palco da ação principal, mas a criação dos chamados flash-sidewyas (algo como realidades paralelas), aparentemente sem pé nem cabeça no contexto inicial, foram tornando-se instigantes e chamando cada vez mais a atenção para si. Desde a aparição dos flash-sideways, os produtotes haviam anunciado que a relação dessas realidades com a história na ilha seria o grande mote da temporada e, consequentemente, do final da série, uma das poucas promessas que foi efetivamente cumprida. Muitas das respostas sobre a ilha ficaram no ar, perdidas com ela no meio do oceano. O desfecho da trama, embora pouco surpreendente, foi armado de forma tão tocante e bela que, naquele momento não sobrou espaço para indignação ou perguntas. O que ficou foi uma sensação de saudade e despedida, com uma pontinha de tristeza. Foi como uma etapa concluída, o fim de uma brincadeira que durou por 6 anos e uma despedida que, além de tardia, era necessária. E mais: uma bela demonstração da mágica da distração, onde não é preciso explicar nada quando se sabe desviar os olhos alheios para o lado. Que Lost descanse em paz, pois as perguntas continuarão a incomodar por muito tempo.
É impossível negar que Lost foi a série da década: assim como Arquivo-X esteve para os anos 90, a saga dos náufragos da ilha misteriosa, no ar desde 2004, foi um fenômeno dentro e fora da televisão. Lost bombou na mídia, nos jogos, nas rodas de conversas e, sobretudo, na Internet. Teorias, desfechos e soluções foram dadas para resolver os segredos da ilha e seus fenômenos inexplicáveis. O capítulo final, veiculado com o adequado título de The End (O Fim), era aguardado desde o anúncio do final da série (em 2007) por uma legião de fãs e curiosos, na esperança de respostas para uma infinidade de questões.
Em termos de respostas, muito pouco foi dado: os mistérios da ilha continuam sem explicação - para a indignação de muitos, diversas dessas explicações ficarão a critério da imaginação e da interpretação de cada um. Este episódio final, com duração em torno de 110 minutos, tem em sua primeira metade o mais do mesmo que a série vinha mostrando nesta sexta e última temporada: enrolação e preparação para um clímax. Na segunda metade, sobretudo na última meia hora, a trama começa a correr efetivamente e passa a ter ares de final. Não se pode dizer que a série ficou sem seu final - que pode não ter sido elucidativo, mas ainda assim foi fechado, certeiro e, sob certo ângulo, emocionante e até bonito, onde a melhor solução encontrada foi a distração.
Distração. Na ausência de uma explicação plausível que pudesse justificar a teia de absurdos cultivada em 6 anos de show, a saída foi desviar o foco da audiência. A ilha continuou a ser o palco da ação principal, mas a criação dos chamados flash-sidewyas (algo como realidades paralelas), aparentemente sem pé nem cabeça no contexto inicial, foram tornando-se instigantes e chamando cada vez mais a atenção para si. Desde a aparição dos flash-sideways, os produtotes haviam anunciado que a relação dessas realidades com a história na ilha seria o grande mote da temporada e, consequentemente, do final da série, uma das poucas promessas que foi efetivamente cumprida. Muitas das respostas sobre a ilha ficaram no ar, perdidas com ela no meio do oceano. O desfecho da trama, embora pouco surpreendente, foi armado de forma tão tocante e bela que, naquele momento não sobrou espaço para indignação ou perguntas. O que ficou foi uma sensação de saudade e despedida, com uma pontinha de tristeza. Foi como uma etapa concluída, o fim de uma brincadeira que durou por 6 anos e uma despedida que, além de tardia, era necessária. E mais: uma bela demonstração da mágica da distração, onde não é preciso explicar nada quando se sabe desviar os olhos alheios para o lado. Que Lost descanse em paz, pois as perguntas continuarão a incomodar por muito tempo.
Um comentário:
Ótima crítica! Mostrou como é possível falar tudo sem entregar nada. Tudo a ver com a série.
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