quinta-feira, 20 de maio de 2010

CONDENAÇÃO OU ABSOLVIÇÃO? A SENTENÇA FINAL DE DAMAGES

Quem tem medo de Patty Hewes?
Na minha modesta opinião, Damages, dada como encerrada, foi uma das melhores séries, senão a melhor, que surgiu nos últimos tempos na televisão americana. O conjunto de atuações perfeitas, tramas instigantes e bem amarradas, diálogos inteligentes e personagens que se ama ou que se odeia formou uma composição tão perfeita que vai ser difícil surgir algo no mesmo nível tão de imediato. Uma coisa foi verdade: a série era lenta e, apesar de cheia de crimes e suspense, a ação era escassa e o que se exercitava, na verdade, era o pensamento, a dedução e a expectativa.
Com Glenn Close encabeçando o elenco na pele da inescrupulosa e poderosa advogada novaiorquina Patty Hewes (um ícone adorável do mal que vai ficar marcado na memória televisiva), a série apresentou, durante suas três temporadas, casos jurídicos extremamente complexos e cheios de pontas soltas, envolvendo crimes, violência, escândalos e mentiras. Nesse universo valia tudo, fosse roubar ou até matar, sem importar de que lado se estava. Ao lado de Patty atuavam seu braço direito Tom Shayes (Tate Donovan) e a novata Ellen Parsons (Rose Byrne), advogada recém formada e ambiciosa, por quem Patty sempre nutriu certa admiração, apesar dos constantes confrontos diretos entre as duas. Dramas pessoais e profissionais, além de conflitos de caráter dos personagens foram sempre levantados e abordados na série, mostrando outras faces dessas pessoas e enriquecendo ainda mais a trama.
A terceira temporada, terminada há algumas semanas nos EUA, foi um trabalho fantástico, quase equiparado com o primeiro ano, causador de um impacto tremendo. No mesmo formato dos anos anteriores, onde a história se passava em um tempo e vez ou outra eram mostrados fragmentos de um futuro próximo (poucas semanas ou meses à frente), a tensão aumentava com o avanço da temporada, onde esses fragmentos passavam a ser melhor explorados e a se encaixar com os fatos do tempo atual, muitas vezes enganando a audiência, que pensava saber a explicação, mas se deparava outra totalmente surpreendente. Como precaução, a produção tratou, além de resolver esta temporada, de amarrar todas as pontas soltas dos anos interiores e deixar a história às claras, com todos os mistérios explicados e o fim de cada personagem definido. Figuras do passado, como o salafrário Arthur Frobisher (Ted Danson, em mais uma grata aparição) também retornaram para cumprir suas partes.
Na cena final, uma pergunta ficou no ar entre Patty e Ellen: "Valeu a pena?". Para nós, fãs, valeu... E, poucos dias depois, a notícia sobre o cancelamento.
Embora ainda haja um pequeno fio de esperança da série ser abraçada por outra emissora, o canal FX já a deu por cancelada. O motivo do cancelamento foi o de quase sempre: baixa audiência. Ainda assim, há uma campanha bem forte na Internet, promovida por fãs, em prol do show - entitulada "savedamages", a campanha invadiu o Twitter, o Orkut e outras redes sociais. Há quem queira incondicionalmente o retorno da série, há quem tenha receio de queda da qualidade, achando melhor deixá-la encerrada em grande estilo. Ainda assim, a decisão sobre o futuro de Patty Hewes continua uma incógnita, desta vez a ser resolvida não nos grandes tribunais, mas sim nas rodas dos grandes executivos da TV.

Um comentário:

Neilon de Sousa disse...

Muito, excelente o seu Post.
Damages pra mim é a melhor série da atualidade, e seu post descreveu muito bem a situação da série, seria maravilhoso termos mais temporadas da série, por outro lado, a 3ª temporada foi tão magnífica e perfeita que é imposível a 4ª manter o nível.
Mas, de qualquer caso, #savedamages
Abç
Neilon