quarta-feira, 12 de maio de 2010

A HORA DO PESADELO

Sob a guarda do renomado diretor de videoclipes Samuel Bayer e da produção de figurões, dentre os quais o lucrativo diretor Michael Bay, o famigerado vilão Freddy Kruger volta à ativa em uma nova versão do clássico de horror oitentista A Hora Do Pesadelo (A Nightmare On Elm Street, 2010).
Bayer, um diretor de videoclipes estiloso e de talento, tem em seu currículo serviços prestados a grandes bandas, dentre as quais Metallica, Green Day e Cranberries. Este reboot, por assim dizer, de A Hora Do Pesadelo é seu primeiro trabalho para a tela grande. Para quem conhece seu trabalho no ramo musical, torna-se fácil identificar suas marcas e padrões, que vão desde as cores desbotadas até a opção por cantos escuros, cenários sujos e objetos macabros - nada mais adequado para um filme de terror. Sua mão caiu bem para o filme, mas infelizmente não é só isso que faz a película...
De um modo geral, refilmagens sempre são vistas com o nariz torcido e - convenhamos - a falta de imaginação hollywoodiana, cada vez pior, leva os gananciosos estúdios a refilmar e reinventar obras cada vez mais recentes: meros 26 anos separam o surgimento de Freddy Kruger na telona desta versão 2010. Para completar, por mais tosca ou dispensável que tenha sido a, por assim dizer, "vida" de Freddy no cinema, o monstro tornou-se um ícone de toda uma geração que ouvia Michael Jackson, bebia Coca-Cola em garrafinha de vidro e se divertia em turma assistindo fitas de terror retiradas na locadora nos sábados a noite. Refazer um filme deste porte, sobretudo com um novo ator encarnando o demoníaco senhor dos pesadelos, é um passo um tanto ousado e, para alguns mais fanáticos, uma heresia.
O frisson causado tem lá seus fundamentos, mas boa parte das críticas negativas recebidas tem fundo preconceituoso. Poucos sustos - verdade - mas, para um filme de terror nos dias de hoje, até que este se sai bem, e sem abusar demais dos clichês. Embora seja estranho um rosto diferente do ator Robert Englund sob a pele queimada de Freddy, o substituto escolhido Jackie Earle Haley foi um acerto, uma vez que seu próprio semblante sem maquiagem já é assustador. Haley parece à vontade no papel e, embora seu Freddy tenha perdido a força em relação ao de Englund, parte da culpa é do roteiro, que muda um bocado os fatos da história e reinventa um Freddy menos sádico e mais vingativo. Os únicos aspectos de fato melhorados da versão original para esta foram o visual e os efeitos especiais, que estão muito bem feitos e injetam uma certa graça ao filme.
A iniciativa de adaptar a história para os dias de hoje, levantando assuntos como pedofilia e uso de medicamentos, além de escalar para o elenco rostos jovens dá vida nova à franquia, que, segundo rumores, já tem engatilhada mais duas sequências e a participação do vilão na parte 2 do péssimo Freddy Vs. Jason. Haja falta de imaginação...

Um comentário:

Dieta já disse...

Vi todos os filmes do Jason e nenhum do Freddy. Nunca soube bem o porquê. Acho que não vai ser desta vez...